18 de junho de 2007

Taj Mahal Amarelou





Namastê



Taj Mahal se torna foco de polêmica na Índia: poluição versus crescimento econômico

Raymond Thibodeaux
Em Agra, Índia

Durante mais de três séculos, o mármore de tonalidade branco-lírio do Taj Mahal conferiu a ele o esplendor puro e etéreo.


Mas a fuligem de fábricas próximas está amarelando o Taj Mahal, e isso tem enfurecido grupos ambientalistas . Neste mês o problema incitou alguns membros do parlamento indiano a exigirem controles mais rígidos da poluição.


Os legisladores estão preparados para gastar centenas de milhares de dólares em várias obras com o objetivo de restaurar a brancura daquele que é um dos mais reconhecidos ícones arquitetônicos da Índia.


O Taj Mahal se tornou o mais recente cenário de embate entre o crescente movimento ambientalista da Índia -que tem sido apoiado pelos tribunais- e as entrincheiradas potências industriais, muitas vezes apoiadas por políticos.


Alguns analistas afirmam que esse cabo-de-guerra prejudica as tentativas de resolver os problemas ambientais que aumentam no momento em que a população da Índia ultrapassa a barreira de um bilhão de habitantes.


"É bom que o parlamento demonstre a sua preocupação com o Taj Mahal e os fatores ecológicos que ameaçam o monumento, mas até o momento o governo não se preocupou muito em proteger o meio-ambiente e patrimônios culturais como o Taj Mahal", afirma Mahesh Mehta, um advogado especializado em questões ambientais que trabalha para preservar a elegante estrutura construída no século 17.


Mehta moveu diversas ações no supremo tribunal da Índia, obrigando o governo a reprimir os donos de centenas de casas de fundição, fábricas de tijolos e outros poluidores industriais, incluindo uma refinaria de petróleo, que surgiram em Agra e nos arredores da cidade.


"É evidente que as indústrias estão sendo injustamente alvo de ataques", reclama Manish Agrawal, vice-presidente da Câmara Nacional de Indústria e Comércio em Uttar Pradesh, o Estado mais populoso da Índia.


"Os tribunais e o governo deveriam perseguir os motoristas de caminhões e dos táxis movidos a gás. A fumaça negra dos caminhões movidos a óleo diesel e dos riquixás (táxis de três rodas, muito usados na Índia) movidos a gás causam mais danos ao Taj Mahal do que as fábricas, muitas das quais já praticam o controle da poluição", diz ele.



O Taj Mahal foi concluído em 1654 pelo governante de Mughal, Shah Jahan, que construiu o edifício para uma de suas mulheres, Mumtaz Mahal, que morreu ao dar a luz ao 14º filho de Jahan.


Desde então, a obra-prima arquitetônica se tornou um dos destinos turísticos mais lucrativos da Índia, atraindo cerca de três milhões de visitantes por ano e sendo responsável por uma grande parcela dos mais de US$ 30 bilhões arrecadados anualmente pela Índia com o turismo.


Agra é uma cidade arenosa e de relevo ondulado, de 1,3 milhão de habitantes. Uma procissão constante de carros que buzinam incessantemente, caminhões e carroças serpenteia por entre uma multidão de pedestres e manadas de vacas soltas.


Para a maioria dos moradores daqui, o amarelamento do mármore branco do Taj Mahal é uma questão menor comparada ao fato de poucos deles terem acesso a água limpa.


O Rio Yamuna, que corre próximo ao Taj Mahal, absorveu enormes quantidades de lixo industrial, resíduos agrícolas e esgoto não tratado de Agra e de diversas outras cidades, incluindo Nova Delhi, a capital da Índia que fica mais de uma centena de quilômetros a montante.


Sem o uso de caros equipamentos filtrantes, a água não pode ser bebida, o que obriga a maioria dos moradores de Agra a comprar água mineral ou cavar poços artesianos. De qualquer forma, o acesso a água potável é um luxo para a população indiana.


E isso é algo que provoca a ira de Agrawal: "O Taj Mahal ficará amarelo com a idade. O governo não deveria se preocupar tanto com isso, e sim em garantir que o povo tenha água limpa".


***

Eu particularmente acho muito tétrico os turistas virem de longe, pagarem caro, sofrerem para ver um mausoléu onde há somente duas tumbas com dois defuntos dentro.


Além do que, o Taj Mahal tem somente 350 anos, nem sequer é histórico para padrões indianos visto que aqui temos monumentos como o Ashok Pillar que data de 273 a.C. ou seja, uma verdadeira relíquia histórica com 2280 anos!!! Somente 3 outros brasileiros conhecem pois eu os levei lá. Fica aqui mesmo em Delhi e está literalmente caindo aos pedaços e ninguém se preocupa em restaura-lo pois não dá dinheiro, não é popular entre os turista e nem mesmo os indianos sabem direito de sua história.


O Ashok Pillar foi erigido pelo imperador Ashok, o único imperador budista antes da Índia ser invadida pelos mongois.




Incredible India!


Om Shanti


2 comentários:

  1. Oi Prof Sandra...lembra do email com fotos das torres da morte q enviei? eu gostei mto de conhecer o Ira mas vi o Taj Mahal e nao achei graca...serio mesmo :D
    meu noivo eh indiano e ele ficou super chateado quando eu disse que preferi ver os quadros do Monet, Van Gogh, Renoir, Picasso, Delacroix....no museu Fitzwillian aqui em Cambridge onde a gente mora :D
    ele disse que nunca nem ouviu falar nessas pessoas :D ri muito... Incredible Indians na?

    hahhahahaha

    MAis tudo bem...agora estamos indo pra india de novo dia 30 ai como li sua postagem vou forca-lo a me levar pra ver o Ashok Pillar :D obrigado pela dica...e caindo os pedacos...nao tem problema, muita coisa na india nao tah inteira mesmo :D

    Bjo Prof...vou pra mumbai, mais se vc me prometer dar um autografo passo em Delhi ;)

    Bjao

    ResponderExcluir
  2. Olá Sandra ainda a respeito dos jinriquixás, existe um filme chamado "The City of Joy", é do mesmo ator que fez Ghost, o tema principal é uma familia que trabalha com riquixás, não sei se já assistiu, mas retrata bem fielmente como vc coloca esta situação da India, inclusive a questão dos arrendamentos dos riquixás, é um belo filme.

    Abraço.

    ResponderExcluir