12 de dezembro de 2007

Gangue de mulheres surra homens no norte da Índia




Namaste

Gangue de mulheres surra homens no norte da Índia

Me chamou a atenção a seguinte frase:

"Não queremos doações ou esmolas. Não queremos conciliação ou ação
afirmativa. Dê-nos trabalho, pague-nos salários decentes e devolva nossa
dignidade",
de Jai Prakash Shivhari.

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Soutik Biswas
De Banda (Índia)

A gangue tem feito protestos sérios contra autoridades corruptas
Um grupo de mulheres indianas que se autodenomina gulabi gang,

ou a gangue rosa, está fazendo justiça com as próprias mãos na empobrecida

região da cidade de Banda, no norte da Índia.
Dois anos após ter surgido como um grupo organizado, com nome e
indumentária característicos, a gangue já deu surras em homens que
abandonaram ou bateram em suas mulheres e denunciou práticas

corruptas na distribuição de comida para os pobres.
Elas vestem sáris cor-de-rosa (o sári é a roupa tradicional feminina na
Índia), saem em perseguição de autoridades corruptas e, quando necessário,
se armam com varas e machados.
As centenas de adeptas da gangue fogem de associações como partidos
políticos e organizações não-governamentais porque, nas palavras de sua
líder, Sampat Pal Devi, "eles estão sempre esperando alguma coisa

em troca quando oferecem ajuda financeira".
"Ninguém nos ajuda nessas redondezas. As autoridades e a polícia são
corruptas e são contra os pobres. Então, às vezes temos de fazer justiça
com as nossas mãos. Em outras situações, preferimos envergonhar os
malfeitores", explica Sampat Pal Devi, enquanto ensina uma das mulheres

da gangue a usar um lathi (vara tradicional indiana) em defesa própria.
Castigada pela seca, Banda fica em uma das áreas mais pobres de um dos
Estados mais populosos da Índia, Uttar Pradesh (UP).
O fardo da pobreza e da discriminação, em uma sociedade baseada em castas

e dominada pelos homens, acaba pesando mais sobre as mulheres. Pedidos

de dotes, violência doméstica e sexual são comuns.
A líder Sampat Pal Devi, por exemplo, é esposa de um vendedor de sorvete e
tem cinco filhos, o primeiro nascido quando ela tinha apenas 13 anos.
"Não somos uma gangue no sentido comum da palavra. Somos uma

gangue pela justiça."
O grupo também não se considera feminista. As mulheres dizem que já
devolveram 11 meninas que foram expulsas de casa aos maridos porque
"mulheres precisam de homens para viver junto".
É por isso que homens como Jai Prakash Shivhari também se

aliaram à gangue e discutem com veemência temas como casamento infantil,

mortes associadas a dotes, falta d'água, subsídios agrícolas e desvio de

verbas em obras do governo.
"Não queremos doações ou esmolas. Não queremos conciliação ou ação
afirmativa. Dê-nos trabalho, pague-nos salários decentes e devolva nossa
dignidade", ele diz.

Colaboração da Miryan Ferraz que recebi via email.

Fotos: BBC

Incredible India!

Om Shanti

8 comentários:

  1. Uau, com essa eu fiquei surpreso... só num país milenarmente repressor contra as mulheres isso pode acontecer, quando há espaço pra isso, claro. Só fico chateado pelo uso da força/violência, embora busquem a justiça. É muito difícil quando se tem raiva, porque a gente acaba reagindo com as mesmas ferramentas que usam aqueles de que somos contrários... aí o ciclo fica sem fim... :p

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  2. Jay Gulabi Gang !!!
    Fico muito feliz com isso.Aos poucos as mulheres da Índia acordarão para o fato de que elas são seres humanos com todos os direitos e deveres que isso implica!
    Bjo. Verônica.

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  3. Cada vez que leio este blog fico mais atônita! A Índia me dá a impressão de estar na idade da pedra e, toda a fantasia romântica que eu tinha quando lia a seu respeito e via os romances de cinema foram por água abaixo! Beijocas

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  4. Então as mulheres indianas já estão conseguindo perceber que elas são seres humanos também com direitos e estão começando a se rebelar contra essa situação de submissão e escravidão da cultura machista indiana... Parabéns a todas elas. De algum ponto elas teriam de começar e começaram pela idéia de que "a união faz a força." Como elas não são vistas como seres pensantes, estão usando a força, mas espero que não demore muito para que elas sejam respeitadas como ser humano. Toda grande caminhada começa com um primeiro passo, e esse passo já foi dado.

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  5. Oi Sandra

    Me desculpe o prezado leitor acima, mas embora tenha toda razão, eu adorei...porque tem muitos que merecem ser surrados e tem mais, anos, milênios de repressão, violação de direitos e tudo de horrível que acontece nesse país com as mulheres... quando a corda volta, depois de muito esticada... vem com uma força !!!
    Tomara que elas tenham sucesso, sejam temidas, financiadas e o grupo aumente cada dia mais !!!
    Hoje estou bem vingativa... ha.. ha ...ha.. corja de tarados,safados, lazarentos, sem vergonhas... vão ver o que é bom !!
    Coitados deles e coitadas delas, ter que chegar a este ponto ...

    Um beijo
    Lakshmi

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  6. Fico muito triste em saber que em pleno século 21 pessoas tenhamm que chegar a violencia para serem ouvidas ou respeitadas. Sou contra toda forma de violencia, sei que essas muleres teem sido desrespeitadas em todas as formas. A India é um país que vive muitos anos atrás do nosso. Em muitos aspectos eu acho bom. Espero que as coisas comecem mudar e que elas cosigam alcançar seus objetivos, mas sem violencia.
    Ana Paulo no começo achava que lá era o paraíso perdido, mas de paraiso só tem as paisagens. Meus olhos apaixonados agora olham para lá com muita tristeza por saber que o último paraíso era pura ilusão.

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  7. Namaste


    Que pena que esteja a ter problemas com a internet!! é muito
    aborrecido!!
    Não sabia que era necessario um documento para ir para a internet nos
    cafés
    :s

    Vi nas noticias que um aluno aí na India (Nova Deli) foi morto a
    tiro... :(


    Até a proxima
    Jeremias

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  8. Oi Sandrinha só tenho uma coisa a dizer: Adorei a iniciativa delas, e acho que algo está mudando na Índia. Ela nunca mais será a mesma. Dou todo meu apoio a elas. Beijos no coração OM Shanti

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